domingo, 27 de dezembro de 2015

acerca do amor....

Henri Cartier-Bresson
Sentou-se ao colo, calmo e sereno, amou, e deixou-se amar. Apesar da simplicidade aparente deste acto, o amor encerra em si uma complexidade de emoções, um turbilhão de vontades, medos, e desejos, que se cruzam entre si - por vezes em harmonia, outras vezes chocando-se -, elevando a um extremo a dificuldade de dizer: “amo-te”. Amar alguém implica a coragem de despir-se, mostrar-se, pôr-se nu perante o outro, é deixar as emoções fluírem livremente, sem bloqueios, soltas, em direcção à pessoa amada. O amor não escolhe idade, ou género, o amor encerra em si a pureza maior que transcende todos os convencionalismos sociais, e biológicos: não conhece barreiras. Embora possa existir disfarçadamente entre sorrisos marotos, em olhares fulminantes, na mudez do fingimento da indiferença, o amor está lá, presença constante num espírito prestes a explodir, qual fénix na iminência de romper em chamas e esvoaçar espalhando fagulhas de prazer e desejo. O amor pode ser contido, mas não banido: existe, perene, na alma que o aloja! 



Hood