segunda-feira, 13 de abril de 2015

«A sinceridade é uma qualidade dispensável num amante*»

A Ana orientou os meus devaneios mentais para a verborreia dos amantes que despi ao acaso. A necessidade imperativa de se sentirem aceites. Uma polarização, de facto. Oscilava o discurso entre a superioridade do macho independente, cultivada pela necessidade social de serem livres, de amarem livremente, ou foderem livremente (a diferença era, amiúde, ténue) e a necessidade de se justificarem, de os aceitar na sua liberdade, nos seus caprichos, na sua violência direccionada.
A mim cansam-me os discursos. Os diálogos que são monólogos, a conversa que precisam de ter, não comigo, mas ao espelho. 
A um amante exijo pele e empenho. Espírito, talvez. As confidências pertencem aos confessionários, à partilha das alcovas, ao esforço de conjugar o sexo com valores acrescidos. 


* O título deste post foi subtraído a este outro: http://ana-de-amsterdam.blogspot.pt/2015/04/licao-de-anatomia.html

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